Por que vivemos a era da insatisfação amorosa? Tantos exaustos, feridos e acabam por ferir outros.
- Jordy Meireles
- 10 de jun. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de ago. de 2023
Algo que sempre me intrigou, é o fato de o conteúdo de psicologia e emocional mais procurado são os relacionamentos amorosos afetivos. Tanto mulheres quanto homens relatam ter o sentimento de cansaço. Quais poderiam ser as justificativas para esse sentimento geral que permeia tanto as pessoas hoje em dia?
Primeiro, o comportamento virtual sendo adotado no real. As redes sociais fizeram perder a sensibilidade, passou ser fácil bloquear, sumir ou apagar. Ao mesmo tempo que é fácil dizer um "eu te amo", e fingir interesse pelo outro. Essa dualidade extrema, nos gera muitas questões sobre o que é real ou virtual (falso). Ainda estamos aprendendo a conviver com tantos avanços e mudanças.
Segundo, o amor líquido (Zygmunt Bauman), as relações passaram a ser descartáveis. Isso por conta do mundo que vivemos, repleto de imediatismos e consumismo (usa e troca facilmente). Não existe tempo mais para nuances, construção de uma relação, de um envolvimento emocional com o outro. Um simples ato, por menor que seja, é entendido como razões para buscar outro.
As pessoas esperam o que há de pior no outro, criou-se a crença de que todo relacionamento dá errado, assim vem se alastrando e atingindo mais pessoas esse sentimento de desânimo amoroso. Há um conflito na forma de amar, passamos socialmente por mudanças significativas de comportamento nos últimos 50 anos, mas o que se espera do amor não.
A questão que permeia muitos é: como manter um relacionamento, se estão cada vez mais indiferentes e sem o principal, a dedicação? Não a problema em querer ser solteiro(a) e apenas ficar, mas o que temos visto são pessoas querendo ter alguém, que esse alguém se dedique, enquanto a própria pessoa não tem a mínima dedicação para com o outro.
Bauman relata desse término ao menor sinal de insatisfação. Trocam por alguém novo, já que há sempre outro alguém "melhor" por aí, da mesma forma que acontece com carros, celulares, etc. Esse comportamento esconde o medo de se entregar. A pessoa e relacionamento "ideal" não chega pronta, é construído entre altos e baixos.
É na construção, com o tempo, reconhecendo que todos temos falhas, buscando dialogo e enfrentar problemas que possam surgir, que um relacionamento saudável surge. Diante de tudo isso que comentamos aqui, assim se dá o cansaço desse tema. Não há espaço para sentimentos, o comportamento imediatista e indiferente não constrói relacionamentos. Como me dedicar para alguém, se posso ser trocado facilmente.
Seria inevitável fugir de relacionamentos líquidos?
É possível construir algo sim, mas precisamos levar algumas atitudes a sério para isso: Não sermos egoístas, entendermos o que o outro também deseja (empatia), dialogar. Relacionar envolve ter responsabilidade afetiva. Aprender a lidar com insatisfações, medos próprios. Lidar com pessoas, que não são objetos descartáveis.
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